Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://bdtd.fuv.edu.br:8080/jspui/handle/prefix/96
Tipo: Dissertação
Título: RELIGIÃO E VIDA PÚBLICA – UMA PROPOSTA DE RAZÃO PÚBLICA E ECUMÊNICA PARA O ESTADO BRASILEIRO
Autor(es): SOUZA, GECIONNY RODRIGO PINTO DE
Primeiro Orientador: Rocha, Abdruschin Schaeffer
Primeiro membro da banca: Filho, José Adriano
Segundo membro da banca: Souza, Cleinton Roberto Perpeto de
Terceiro membro da banca: Rocha, Abdruschin Schaeffer
Resumo: Uma análise das relações entre religião e vida pública no mundo Ocidental e no Brasil, e uma proposta de uma razão pública e ecumênica para a esfera pública brasileira. A primeira parte aborda uma breve análise histórica da religião na vida pública Ocidental, desde os primórdios da humanidade, passando pelas sociedades teocráticas da Antiguidade, pela secularização da vida pública promovida pelos gregos, pela formação da cristandade medieval, até a secularização promovida pela Modernidade, começando com o Renascimento, passando pela Reforma Protestante, até chegar ao Iluminismo, ao liberalismo teológico e à reação dos fundamentalistas. Os valores da Modernidade como liberdade religiosa, tolerância, Estado laico, cientificismo, racionalismo, secularização, mundanização, marcaram de forma indubitável as sociedades ocidentais. Na segunda parte, abordamos o papel da religião na vida pública brasileira, desde o período colonial, mostrando o papel do catolicismo romano na formação da cultura brasileira, bem como a repressão que existia às religiões afro-brasileiras, aos cristãos-novos, às crenças nativas. Nessa parte, abordamos, ainda, os primórdios da liberdade religiosa em nosso país, a exemplo da tolerância para com os anglicanos ingleses súditos da rainha da Inglaterra e, passando pelas Constituições de nossa história, vê-se, de forma panorâmica, como foi construída a nossa laicidade. Na última parte, mostra-se como vem se desenvolvendo um pensamento de uma razão pública em nossa vida pública, bem como veremos as contribuições de uma ética ecumênica na vida pública brasileira. Concluímos fazendo uma adaptação da proposta de construção de uma ética mundial ecumênica do teólogo suíço Hans Kung para a realidade brasileira, com a coalização entre religiosos e secularistas, como sendo a proposta mais viável para o nosso contexto, já que nem os religiosos conseguiram implantar uma república teocrática em nosso país, nem os secularistas conseguiram eliminar a religião da esfera pública.
Resumo Alternativo: An analysis of the relation between religion and public life in the Western world and in Brazil, as well as a proposal for a public and ecumenical reason for the Brazilian public sphere. The first part addresses a brief historical analysis of religion in Western public life, from the dawn of humanity, passing through the theocratic societies of antiquity, the secularization of public life promoted by the Greeks, by the creation of medieval Christendom until the secularization brought about by modernity beginning with the Renaissance, through the Protestant Reformation up to the Enlightenment, the theological liberalism and the fundamentalist reaction. The values of modernity, such as religious freedom, tolerance, a secular state, scientificism, rationalism, secularization and worldliness unquestionably marked Western societies. In the second part we address the role of religion in Brazilian public life, from the colonial period, showing the role of Roman Catholicism in the formation of Brazilian culture, and the repression that existed towards Afro-Brazilian religions, to the New Christians and indigenous creeds. In this section we approach the dawn of religious freedom in our country, with the tolerance of the Queen of England`s Anglican subjects and passing through the Constitutions of our nation's history we will have a panoramic view of how our secularism was built. In the last part, we show how developing a thought of a public reason in our public life, and will see the contributions of ecumenical ethics in Brazilian public life. We conclude by making an adaptation to the proposal of building an global ecumenical ethic of the Swiss theologian Hans Kung to the Brazilian reality with the coalition between religious and secularists as the most viable proposition to our context, since neither the religious followers were able to deploy a republic theocratic in our country, nor the secularists managed to eliminate religion from the public sphere.
Palavras-chave: Religião. Vida pública. Esfera pública. Laicidade. Secularistas. Razão pública. Ecumênica.
Religion. Public life. Public sphere. Secularism. Secularist. Public reason. Ecumenical.
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Faculdade, Instituto ou Departamento: Ciências da Religiões
Nome do Programa: Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões
Citação: ALENCAR, G. Protestantismo tupiniquim: hipóteses da (não) contribuição evangélica à cultura brasileira. São Paulo: Arte Editorial, 2005. AMSTRONG, K. Em nome de Deus: o fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e o islamismo. Trad. Marcos Santarrita; Wladimir Araújo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. AQUINO, R. S. L. et al. História das sociedades: das sociedades modernas às sociedades atuais. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1995. ARAÚJO, L. B. L. Esfera pública e secularismo: introduzindo a questão. In: ARAÚJO, Luiz Bernardo Leite; MARTINEZ, Marcela Borges; PEREIRA, Taís Silva (Org.). Esfera pública e secularismo: ensaios de filosofia política. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2012. BERTEN, André. Secularização e liberdade religiosa: pode o medo americano ser universalizado? In: ARAÚJO, Luiz Bernardo Leite; MARTINEZ, Marcela Borges; PEREIRA, Taís Silva (Org.) Esfera pública e secularismo: ensaios de filosofia política. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2012. BÍBLIA. Evangelho de Mateus. Bíblia do Peregrino. São Paulo: Paulus, 2006. BITTAR, Walter Barbosa. Curso de Filosofia do Direito. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007. BOFF, L. Fundamentalismo: a globalização e o futuro da humanidade. Rio de Janeiro: Sextante, 2002. BRASIL, Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro, em 16 de julho de 1934. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm> Acesso em: 13 fev. 2015. _______. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro, em 10 de novembro de 1937. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm> Acesso em: 13 fev. 2015. _______. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro, 24 fevereiro de 1891. _______. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília/ DF: 24 de janeiro de 1967. _______. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: em 05 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 20 de fev. 2015. CAVALCANTI, R. A Igreja, o país e o mundo: desafios a uma fé engajada. Viçosa: Ultimato, 2000. _______. Cristianismo e política: Teoria bíblica e prática história. São Paulo: Editora Vinde, 1985. COAD JUS BRSASIL. Estado laico: concurso militar para padre e pastor poderá ser anulado. Disponível em: <http://coad.jusbrasil.com.br/noticias/2415316/estado-laico-concurso-militar-para-padre-e-pastor-podera-ser-anulado>. Acesso em: 20 fev. 15. DREHER, M. N. Fundamentalismo: para entender. São Leopoldo: Sinodal, 2006. FRESTON, P. Religião e política, sim; Igreja e Estado, não: os evangélicos e a participação política. Viçosa: Ultimato, 2006. GEERING, L. Fundamentalismo: desafio ao mundo secular. São Paulo: Fonte Editorial, 2009. GIORDANI, Mário Curtis. História da antiguidade Oriental. Petrópolis: Vozes, 1997. GOMES F. F.; SOUZA, W. R. Modernidade e pluralismo religioso. Disponível em: <http://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/modernidade_e_pluralismo_religioso.pdf>. Acesso em: 09 out. 2015. GONÇALVES, J. M. Ética e espiritualidade no fundamentalismo: desafio teológico, pastoral e político. In: Espiritualidades contemporâneas. ROCHA, A. S.; OLIVEIRA, D. M de; MARLOW, S. L. (Org.). Vitória/ES: Editora Unida; Faculdade Unida de Vitória, 2013. HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre facticidade e validade. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997. v. 2. _______. O futuro da natureza humana: a caminho de uma eugenia liberal? São Paulo: Martins Fontes, 2010. HUMBERTO, Cláudio. Relator quer cotas para cargos comissionados. Jornal Tribuna do Norte. Edição 228 de 18 de dezembro de 2013. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010: número de católicos cai e aumenta o de evangélicos, espíritas e sem religião. Disponível em: <http://censo2010.ibge.gov.br/noticiascenso?view=noticia&id=1&idnoticia=2170&t=censo-2010-numero-catolicos-cai-aumenta-evangelicos-espiritas-sem-religiao>. Acesso em: 16 fev. 15. LIBÂNIO, J. B. Qual o futuro do cristianismo? São Paulo: Paulus, 2006. LOPES, J. R. L. O Direito na História: Lições introdutórias. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MARIANO, R. Laicidade à brasileira: Católicos, pentecostais e laicos em disputa na Esfera Pública. Civitas, Porto Alegre, v. 11, n. 2, p. 238-258, maio-ago. 2011. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/article/viewFile/9647/6619>. Acesso em: 19 fev. 2015. MATOS, H. C. J. Nossa história: 500 anos de presença da Igreja Católica no Brasil. São Paulo: Paulinas, 2002. Miranda, M. F. Igreja e sociedade no Brasil. In: PINHEIRO, J. E. (Org.) Resgatar a dignidade da política. São Paulo: Paulinas,2006. MONTES, M. L. As figuras do sagrado: entre o público e o privado na religiosidade brasileira. São Paulo: Claro Enigma, 2012. MORIN, E. O método III: o conhecimento do conhecimento. 2 ed. Portugal: Publicações Europa-América, 1996. PRIMI, L. In: Revista Caros Amigos, n. 211, 2014. QUEIRUGA, A T. Fim do cristianismo pré-moderno: desafios para um novo horizonte. Trad. Afonso Maria Ligorio Soares. São Paulo: Paulus, 2003. RAWS, J. Liberalismo político. São Paulo: Ática, 2000, p. 261. REIMER, Haroldo. Liberdade religiosa na História e nas Constituições do Brasil. São Leopoldo: Oikos, 2013. RIBEIRO, R. J. Os direitos humanos em mãos impróprias. Disponivel em: <http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed740_os_direitos_humanos_em_maos_impropris>. Edição 740, publicada e partir de 02 de abril de 2013. Acesso em: 20 fev. 2015. SABAINI, W. T. Estado e religião: uma análise à luz do direito fundamental à liberdade religiosa no Brasil. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2010. SANDOVAL, O. R. B. A proteção de Deus no preâmbulo da Constituição. Disponível em: <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI187852,51045A+protecao+de+Deus+no+preambulo+da+Constituicao>. Acesso em: 20 fev. 15. SILVA, P. T. G.; DIAS, J. A.; FONTES, P. G. G. República e Estado Laico. Disponível em: <http://www.prr3.mpf.mp.br/component/content/275?task=view>. Atualizado em 13/11/2009. Acesso em: 19 fev. 15. SMITH, P. Filosofia moral e política: principais questões, conceitos e teorias. São Paulo: Madras, 2009. SOUZA, A. A. Razoabilidade e ironismo liberal: uma resposta pragmática aos impasses entre doutrinas religiosas e seculares. In: ARAÚJO, Luiz Bernardo Leite; MARTINEZ, Marcela Borges; PEREIRA, Taís Silva (Org.). Esfera pública e secularismo: ensaios de filosofia política. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2012. SOUZA, J. H. Modernização diferencial e democracia no Brasil: uma tentativa teórico/empírica de interpretação. In: CAETANO, E. P. et al. A. Política e valores. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2000. VOLTAIRE, F. M. A. Cartas inglesas; Tratado de metafísica; Dicionário filosófico; o filósofo ignorante. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://bdtd.faculdadeunida.com.br:8080/jspui/handle/prefix/96
Data do documento: 30-Mai-2015
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciências das Religiões

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Dissertação - Gecionny Rodrigo Pinto de Souza.pdfDissertação - Gecionny Rodrigo Pinto de Souza13,44 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.