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Tipo: Dissertação
Título: PODER INSTRUMENTAL VERSUS PODER COMUNICATIVO: O EXERCÍCIO DO PODER NO ÂMBITO DE INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS E A PERIGOSA TENDÊNCIA À BANALIDADE DO MAL
Autor(es): SANTOS, NENROD DOUGLAS DE OLIVEIRA
Primeiro Orientador: Souza, Cleinton Roberto Perpeto de
Primeiro membro da banca: Oliveira, David Mesquiati de
Segundo membro da banca: Gonçalves, José Mário
Terceiro membro da banca: Souza, Cleinton Roberto Perpeto de
Resumo: O presente trabalho trata do poder e seu exercício no âmbito de organizações religiosas. Isso se dará a partir da análise dialética de conceitos paradoxais de poder, representados pelo paradigma instrumental e teleológico, conceituado no pensamento de Max Weber; e do poder comunicativo, presente no pensamento político de Hanna Arendt. O primeiro, consubstanciado na dimensão instrumental e estratégica do poder, orienta-se para fins e é usado como instrumento para levar outrem ao atendimento de interesses de quem exerce o poder. O segundo manifesta-se na ação coletiva, enquanto esforço exaustivo de defesa à liberdade, do respeito à pluralidade e à diversidade, prioritariamente orientado para busca permanente e insistente do diálogo e do consenso. O texto ressalta ainda que o modus operandi da prática do poder instrumental, se exacerbado e fortalecido pela divinização da liderança, algo comum em instituições religiosas, pode gerar e se sustentar na Banalidade do Mal; ou seja, o exercício do poder sustentado em uma Responsabilidade Flutuante, consolidando-se na transferência de responsabilidade ao sistema como poderosa arma de libertação da alma de quem abusa do poder de quaisquer manifestações posteriores de tormenta ou culpa. Desta forma, apresenta-se o paradigma do poder comunicativo, proposto por Hanna Arendt, como uma positiva ruptura dos modelos tradicionais, sendo protagonistas de princípios dialógicos, garantidores da pluralidade e de consenso. Isso é lógico, a partir do exercício do poder eclesiástico, evitando-se o autoritarismo frívolo e alienante. Situações concretas de exercício de poder, como repressão e violência no âmbito de instituições religiosas, são destacadas indicando a presença de dogmatismos e intolerâncias.
Resumo Alternativo: This research is concerned with the exercise of power in religious organizations. Considering this, the methodological approach of this work was developed with the construction of a dialectical analysis that contra posed paradoxical concepts of power, represented by the instrumental and teleological paradigm, conceptualized by Max Weber, and notion of communicative power, relevant for Hanna Arendt and her political thought. The first approach, consubstantiated in the instrumental and strategic dimension of power, is end-oriented and utilized as an instrument to impose to others the attendance of the interests of powerful social actors. The latter manifests itself in collective actions, as an exhaustive effort to defend freedom and the seek for plurality and diversity, and is permanent and insistently oriented towards the building of dialogue and consensus. This dissertation also highlights that the modus operandi of instrumental power practices, if exacerbated and straightened by the divinization of leadership, something often recurrent in religious institutions, can generate and sustain itself upon the Banality of Evil; that is, the exercise of power sustained on a Floating Responsibility, consolidating itself with the transference of responsibility to a systemic level as a resourceful maneuver and powerful weapon for the liberation of the souls of those who abuses power from any posterior manifestations of guilt or spiritual agony. In such sense, the paradigm of communicational power, presented by Hanna Arendt, is introduced as a positive disruption of traditional models, being discussed as a promoter of dialogical principals, which are guarantors of plurality and consensus. That is logical, from the standpoint of the exercise of ecclesiastical power, avoiding frivolous and alienating authoritarianism. Real power exercise situations, such as repression and violence inside religious institutions, are highlighted, indicating the presence of dogmatisms and intolerances.
Palavras-chave: Poder Instrumental. Poder Comunicativo. Banalidade do Mal. Instituições Religiosas. Violência.
Instrumental Power. Communicative Power. Banality of Evil. Religious Institutions. Violence.
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::TEOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Faculdade, Instituto ou Departamento: Ciências da Religiões
Nome do Programa: Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões
Citação: ALVES, Rubem. Religião e repressão. São Paulo: Loyola, 2014. ARAÚJO, João Dias de. Inquisição sem fogueiras: A história sombria da Igreja Presbiteriana do Brasil. São Paulo: Fonte Editorial, 2010. ARENDT, Hanna. A dignidade da política: ensaios e conferências. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1993. ______. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007. ______. Crises da república. São Paulo: Perspectiva, 2004. ______. Da violência. Tradução Maria Cláudia Drummond Trindade. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1985. ______. Eichmann em Jerusalém. São Paulo: Cia das Letras, 1999. ______. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 1998. ______. Homens em tempos sombrios. São Paulo: Cia das Letras, 2008. ______. O Que é política? Trad. Reinaldo Guarany. 6.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. ______. Origens do totalitarismo. São Paulo: Cia das Letras, 1980. BAUMANN, Zygmunt. Modernidade e Holocausto. Rio de Janeiro, Zahar, 1998. BERGER, Peter. Perspectivas sociológicas: uma visão humanística. Petrópolis: Vozes, 1988. BOMILCAR, Nelson. Os Sem-Igreja: buscando caminhos de esperança na experiência comunitária. São Paulo, Mundo Cristão, 2012. CAMPOS, Sávio Laet de Barros. A “vita activa” em Hannah Arendt. Disponível em: <http://filosofante.org/filosofante/not_arquivos/pdf/vida_activa_hannah_arendt.pdf>. Acesso em: 18 set. 2015. CÉSAR, Marília de Camargo. Feridos em nome de deus. São Paulo: Mundo Cristão, 2009. COX, Harvey. Que a serpente não decida por nós. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1970. DEMO, Pedro. Introdução à sociologia: complexidade, interdisciplinaridade e desigualdade social. São Paulo: Atlas, 2014. HUXLEY, Sir Julian et al. Teleologia.In: O Pensamento: filosofia, religião, moral. publicações europa-americana, 1970. Disponível em: <https://sites.google.com/site/ sbgdicionariodefilosofia/teleologia>. Acesso em: 11 mar. 2016. FERRY, Jean Marc. Habermas crítico de Arendt. educação e filosofia – V17- nº 33, jan./jun. 2003, p. 34 FREDO, Antônio Carlos. Poder e violência como ação estratégica. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/8186/6991>. Acesso em: 05 set. 2015. HABERMAS, Jurgen. O Conceito de Poder de Hanna Arendt. In: FREITAG, Bárbara; ROUANET, Sérgio Paulo (Org). Coletânea Grandes Cientistas Sociais /Habermas: Sociologia. São Paulo: Ática, 1980. ______. Teoria do agir comunicativo: racionalização da ação e racionalização Social. São Paulo: Martins Fontes, 2012. HABERMAS, JURGEN. PARSONS, T. In: Sociological theory and modern socyet. New York, 1967, p. 310-311. LEBRUN, Gérard. O que é poder. São Paulo: Brasiliense, 1981. MARCEL, Euclides André. Mance. Dialética e exterioridade. Disponível em: <http://www.solidarius.com.br/mance/biblioteca/Anadial%E9tica.htm>. Acesso em: 22 jun. 2015. OLIVEIRA, Davison Schaeffer. Hannah Arendt: a origem da noção de autoridade. Disponível em: <http://www.ufjf.br/eticaefilosofia/files/2010/03/9_2_davidson.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2015. SILVA, Luiz Henrique De Moraes. O modus operandi do totalitarismo e a banalização do mal em Hannah Arendt. Disponível em: <http://pensamentoextemporaneo.com.br/?p=2619>. Acesso em: 10 nov. 2015. WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1991.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://bdtd.faculdadeunida.com.br:8080/jspui/handle/prefix/68
Data do documento: 2-Jun-2016
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciências das Religiões

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